segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Solo sagrado das reações

Um Grande Prêmio da virada. Nos momentos de adversidade, assim costuma ser a tradicional corrida de Monza para a Ferrari, escuderia detentora do maior número de vitórias no circuito italiano — foram 17 diante do encantador e impressionante mar vermelho de torcedores tifosi, contra oito da McLaren, a segunda colocada no ranking de primeiras posições neste traçado.

Das últimas sete edições do GP da Itália, o time de Maranello venceu cinco, sendo que três em particular tiveram um brilho especial. A primeira delas foi em 2000, quando Michael Schumacher enterrou todo o favoritismo dado a Mika Hakkinen, seu grande rival naquele ano.

O alemão derrotou o finlandês nos treinos e na corrida, emocionou-se por ter igualado o número de vitórias de Ayrton Senna (41) e deu início a uma série de quatro conquistas consecutivas (Itália, EUA, Japão e Malásia), que lhe garantiram o tricampeonato.

Em 2003, a situação foi bem parecida. Novamente com Schumacher, a Ferrari chegou a Monza com a difícil missão de bater a Williams de Juan Pablo Montoya, tendo também de se preocupar com a McLaren de Kimi Raikkonen, os dois adversários do tedesco na luta pelo título.

Quando a pole parecia ser do colombiano, o multi-campeão fez um tempo genial para ficar com a posição de honra do grid. Na primeira volta, dividiu com o latino a unhas e dentes a Variante Della Roggia, que antecede as famosas curvas de Lesmo. Levou a melhor e seguiu rumo ao topo do pódio. Na seqüência, com a vitória nos EUA e o oitavo lugar no Japão, alcançaria o hexa.

No ano passado, Schumacher iniciava a prova italiana com dez pontos de desvantagem para Fernando Alonso na classificação do mundial. Precisava vencer e contar com um problema do espanhol. Para a sorte do alemão, o script foi totalmente favorável, graças ao estouro do motor da Renault do asturiano e a competência do ferrarista para chegar em primeiro. Vibrou como nunca o feito e aproveitou a propícia ocasião para anunciar a aposentadoria.

A virada em 2006, contudo, não foi possível em função da quebra do propulsor da Ferrari no GP do Japão, que deixou Alonso com as mãos no bicampeonato — título confirmado no Brasil. Schummy pendurou o capacete como vice, depois de ter o gostinho de assumir a liderança do torneio na etapa de Xangai.

Setembro de 2007! Outro momento decisivo para a escuderia italiana, que precisa desesperadamente de dobradinhas para reverter o cenário favorável à McLaren. Restam cinco etapas e, mais uma vez, um GP da Itália com possibilidades de simbolizar a reação vermelha. Haja responsabilidade para Felipe Massa e Kimi Raikkonen!

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