domingo, 16 de setembro de 2007

Raikkonen vence corrida chata da Bélgica

Emoção não teve. Somente uma largada empolgante graças ao duelo de Fernando Alonso e Lewis Hamilton, que foram até o limite para ver quem sairia na frente na curva L’Eau Rouge. Mas em termos de resultado, o GP da Bélgica deixou um cenário interessante para as três etapas decisivas do campeonato.

Kimi Raikkonen, confirmando sua simpatia com o circuito de Spa-Francorchamps, conquistou com tranqüilidade a vitória deste domingo, a quarta no ano e a terceira consecutiva na pista belga, e passou a ter um pinguinho de esperança na luta pelo título.

O finlandês diminuiu de 18 para 13 pontos a diferença que o separa de Lewis Hamilton na liderança da classificação. Restando 30 tentos em jogo, existe — por que não? — uma pequena e dificílima chance de o nórdico virar o placar. Em termos percentuais, diria que são 10% de possibilidade.

Para isso acontecer, no entanto, Raikkonen precisará ser competente para vencer a trinca de provas finais e ter muita sorte para que, no pior das hipóteses, os GPs do Japão, China e Brasil tenham o mesmo desfecho da corrida de hoje: ele em primeiro, seguido de Felipe Massa, Fernando Alonso e Hamilton. Condições que fariam Kimi ser campeão com apenas um ponto de vantagem sobre o espanhol da McLaren (114 a 113).

Mas como o quesito sorte costuma trair o “Homem de Gelo”, podemos compreender que só mesmo uma grande zebra tirará o caneco de 2007 das mãos da equipe prateada. E embora ainda seja o vice-líder, é Fernandinho o favorito a erguer a taça.

O terceiro lugar na corrida de Spa fez o asturiano descontar mais um ponto do companheiro de equipe, com quem mediu forças na largada e mostrou toda a sua competência de bicampeão para chegar à frente de Lewis. A espalhada na primeira curva, apesar de controversa, foi dentro dos limites da regra, afinal, ele simplesmente seguiu o traçado. Embarrigando um pouco além da conta a tangência, é verdade, mas assim são as disputas e, por isso, não houve motivos para reclamações sobre a manobra.

Hamilton, por sua vez, ficou apagado ao longo das 44 voltas na quarta colocação. Foi valente apenas em dividir o início da L’Eau Rouge com Alonso. No decorrer da prova, foi discreto e acabou dando uma baita sorte com as novas áreas de escape, visto que escapou em uma delas no fim do GP. Fosse isso nos tempos da caixa de brita, talvez o jovem britânico tivesse ficado pelo caminho.

Muito mais expressivo que os pilotos da McLaren na etapa, porém sem condições efetivas de brigar pela vitória, foi Felipe Massa. O brasileiro não conseguiu se manter na cola de Kimi e se viu incapacitado de tirar proveito da volta a mais que ficou na pista antes do pit-stop. Aproximou-se somente no terceiro jogo de pneus, mas naquela altura do campeonato o finlandês já administrava a liderança.

A derrota na pista provavelmente fará do brazuca, a partir de agora, o escudeiro de Raikkonen na batalha pelo título, o que se de fato ocorrer será compreensível neste momento. As maiores chances ferraristas estão com o finlandês, portanto, não há o que questionar.

Na corrida do resto da turma, Nick Heidfeld como de costume foi o vencedor, levando o carro da BMW à quinta posição. Atrás dele veio o compatriota Nico Rosberg, que conseguiu a proeza de pontuar pela quarta vez seguida com o limitado modelo da Williams. O resultado, aliás, fez o alemão superar seu companheiro, Alexander Wurz, na tabela de pontos — 15 a 13. Nada mais justo.

Mark Webber, da Red Bull, obteve o sétimo posto, muito merecido pelo esforço do australiano. Quem também fez jus por chegar na zona de pontos foi Heikki Kovalainen, o oitavo depois da estratégia de uma parada e de segurar o ímpeto de Robert Kubica.

O polonês, como era esperado, partiu com muita sede do 14º lugar do grid. Fez belas ultrapassagens, mas acabou na posição do bobo: nono, o primeiro entre os que não pontuam. Mas antes ser o bobo de uma corrida do que pilotar o carro da Honda. Rubens Barrichello, por falar nisso, foi o 13º. Jenson Button, depois de ser ultrapassado pela Super Aguri de Takuma Sato, abandonou.

Da turma do fundão, quem mereceu elogios foi Adrian Sutil, da fraca Spyker, que andou por um bom tempo em 12º e atacando a Red Bull de David Coulthard. Terminou em 14º, mas teve seu momento de destaque.

Chegamos ao fim da fase européia e com a definição do título de construtores em favor da Ferrari, o 15º da história da escuderia. Um prêmio pouco celebrado se comparado com os anteriores, mas com motivos para a festa comedida, não é mesmo?

Ah, fiquemos aqui com o resultado de nossa enquete, que para o azar de Massa não vingou.

Resultado: Quem vencerá o GP da Bélgica?
Felipe Massa: 33% (10 votos)
Kimi Raikkonen: 30% (9)
Fernando Alonso: 23% (7)
Lewis Hamilton: 13% (4)

Total: 30 votos.

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