segunda-feira, 11 de junho de 2007

Cenas inesquecíveis para os meninos

Lewis Hamilton e Robert Kubica. Dois meninos de 22 anos, jovens pilotos muito talentosos que jamais se esquecerão do GP do Canadá de 2007. Um sentiu pela primeira vez na vida o doce gostinho de vencer na Fórmula 1. Já o outro nasceu de novo ao escapar ileso de um acidente apavorante.

A sensação ao ver o carro da BMW se chocar contra o muro de Montreal e a seqüência de capotagens foi muito ruim — imagino que para todos que acompanharam a corrida deste domingo, em especial à família do polonês. O que dizer então de seu pai, Artur, comentarista de uma emissora de TV em seu país?

O pavor foi ainda maior ao notar os pés do piloto expostos no cockpit, que estacionou virado a pouco mais de 100 metros do local da colisão. Impossível não ter pensado no pior naquele momento, mas graças a Deus tudo não passou de um tremendo susto, decorrente de uma pancada frontal a cerca de 280 km/h.

Kubica escapou milagrosamente sem nenhuma fratura. Apenas uma torção no tornozelo direito e uma leve concussão. Deve receber alta do Hospital Sacre-Coeur ainda hoje e, segundo a mídia européia, já perguntou aos médicos se poderá correr no GP dos EUA, no próximo fim de semana. Essa, sim, a melhor de todas as notícias, pois demonstra o espírito guerreiro do corredor. Um garoto, aliás, que disputou somente 12 corridas na F-1 e já subiu uma vez no pódio.

Palmas para a braveza de Robert e, principalmente, para a segurança da categoria máxima do automobilismo. Não fosse o HANS, aquele colar de proteção para a cabeça e pescoço dos pilotos, provavelmente estaríamos comentando uma tragédia. Que este acidente, então, sirva de estímulo ainda maior à segurança.

Passemos agora para o outro protagonista deste post, nada menos que o brilhante Lewis Hamilton, o primeiro negro a vencer uma corrida, o único estreante a subir no pódio nas seis primeiras corridas de uma temporada, o mais novo fenômeno da modalidade, um rapaz que cada vez mais aumenta sua legião de fãs graças à extrema capacidade de pilotar, além da simpatia e simplicidade como pessoa. Um verdadeiro vencedor.

O “negão” se tornou o 98º piloto a subir no degrau mais alto do pódio, em 57 anos de história da competição. Com arrojo e muita garra, assumiu a liderança isolada da classificação, com direito a oito pontos de vantagem sobre o segundo colocado da tabela, o bicampeão Fernando Alonso. Alguém duvida que Hamilton possa ser o campeão do certame atual? Eu, particularmente, não duvido mais.

Ainda restam 11 corridas para o desfecho do Mundial e muita coisa pode acontecer. Mas não custa imaginar um campeão com 22 anos de idade. O mais jovem vencedor do campeonato é Fernandinho, que levantou seu primeiro caneco com 24 primaveras e 56 dias. Será que o espanhol vai gostar de perder essa marca para seu companheiro de equipe?

Nenhum comentário: