Que corrida foi essa a de Nürburgring? Sem dúvida, uma prova que vai ficar registrada na história da Fórmula 1 como uma das mais inusitadas, conturbadas, malucas, caóticas, emocionantes, alucinantes...Não faltarão adjetivos para descrever o GP da Europa deste domingo.
Fernando Alonso conquistou uma vitória categórica e se colocou na condição de favorito ao título da temporada, apesar de ainda estar dois pontos atrás de Lewis Hamilton. Andou com maestria no piso molhado. Aliás, da forma como ele conduziu o bólido da McLaren nem parecia que se tratava de uma pilotagem na chuva.
Não é à toa que o asturiano é o atual bicampeão e um dos mais arrojados — senão o mais — da atualidade para encarar uma disputa debaixo de chuva. Elogios incontestáveis na pista, mas decepção fora dela, pois foi estúpida a atitude do espanhol diante de Felipe Massa, que terminou em segundo.
Alonso foi para cima do brasileiro, quis e conseguiu arrumar encrenca por conta da briga de ambos pela primeira posição. Massa fez o seu papel para se defender dos ataques e de forma digna de aplausos. Segurou o rival até o limite, perdendo a liderança após um toque lateral de ambos. Isso é esporte, isso é competição. Reclamar por que, Fernandinho? Não precisava estragar o dia com uma postura ridícula.
Felipe foi bravo desde a largada ao superar Alonso e, por pouco, o parceiro Kimi Raikkonen. Conseguiu domar o modelo F2007 no momento do dilúvio que tomou conta da região do autódromo e fez a lição de casa quando a pista secou, abrindo uma confortável vantagem sobre os rivais. Era o primeiro colocado e se encaminhava para o lugar mais alto do pódio. Veio a chuva novamente e mudou toda a história.
Apesar da derrota para a McLaren, Massa faturou a vitória na briga interna da Ferrari, já que com o abandono do eterno azarado Kimi Raikkonen, vítima de uma zica miserável e de problemas eletrônicos em seu carro, o brazuca passou de um ponto atrás para sete à frente em relação ao finlandês. De forma sensata, deveria ser a hora de a Ferrari determinar um tratamento diferenciado para Felipe, que voltou a ocupar o terceiro posto na classificação, agora com 11 tentos a menos que o líder da classificação, Hamilton.
Liberado pelos médicos para participar da prova, o inglês descarregou de si todos os erros que não escaparam nas nove etapas anteriores. Saiu da pista, ficou parado na brita durante a forte chuva do início da corrida, voltou para a disputa com a ajuda de um trator, errou ao arriscar o uso dos pneus de pista seca quando ainda não convinha e terminou em nono.
Minha avaliação sobre sua prova? Sensacional! Fez uma ótima largada ao saltar de décimo para quarto, protagonizou belas ultrapassagens, andou no limite e por pouco não beliscou um pontinho. Não nos esqueçamos que o jovem britânico é um estreante, mas ainda líder do campeonato e dono de uma seqüência de nove pódios consecutivos. Para quem sofreu um forte acidente nos treinos e teve de correr gripado, fez um belo papel. E se deu ao luxo de poder abusar da sorte pelo fato de ter construído uma folga de 12 pontos na classificação.
Com o resultado do GP da Europa, Hamilton se manteve na ponta do Mundial com 70 pontos, seguido de perto por Alonso, com 68. Massa é o terceiro com 59 e Raikkonen caiu para quarto, ficando com os mesmos 52 que tinha e distante da briga pelo título.
Para apimentar ainda mais a situação, a próxima etapa será o GP da Hungria, pista travada e com cara de McLaren, cujo carro já demonstrou andar melhor em circuitos sinuosos. A Ferrari, que até então vinha de duas vitórias consecutivas, fará de tudo para impedir a nova reação prateada. E toda esta guerra entre os times estará em evidência ao longo desta semana, graças aos três dias de testes coletivos em Jerez de La Frontera, além da reunião do time de Ron Dennis com a FIA na quinta-feira, para esclarecimentos sobre o caso de espionagem, o “Stepneygate”.
Faltam sete corridas para o encerramento do certame. Difícil prever quem será o campeão!
A corrida dos outros
Quem poderia imaginar Markus Winkelhock e a Spyker liderando o GP da Europa? Pois foi o que aconteceu neste domingo, em Nürburgring. Se bobear, a sorte de estreante do alemão, o único a arriscar a troca por pneus de chuva antes da largada, pode ter lhe garantido vaga para a mais algumas corridas na F-1.
Mark Webber e Alexander Wurz brigando pelo terceiro lugar até os metro finais! Só mesmo uma prova maluca para registrar cenas como estas. E aqui cabe um destaque para o australiano da Red Bull, que mereceu ter subido no pódio, apesar do erro cometido na última curva da volta derradeira, o que quase comprometeu seu resultado.
Impressionante também a precisão dos meteorologistas com relação à chegada da chuva. Só faltaram precisar os segundos em que a água cairia. E muito engraçado o mecânico da Renault avisando Heikki Kovalainen sobre a estratégia de arriscar os pneus intermediários no fim da prova: “Fique calmo, porque vai chover AGORA!”, disse o componente do grupo francês, que acertou em cheio.
Rubens Barrichello nem mesmo na chuva conseguiu se dar bem, numa prova de que o carro da Honda também tem medo de água. Um lixo com rodas, infelizmente, que terminou em 11º, só à frente de uma Super Aguri e de uma Toyota.
Já na BMW, a boa relação (se é que existia) entre Nick Heidfeld e Robert Kubica deve ter ido para o espaço, após o intenso duelo, com direito a toques, entre ambos na corrida. No fim das contas, o sexto e sétimo lugares — com o alemão na frente — acabou sendo lucro para a equipe tedesca.
Que venha agora a etapa de Budapeste, na sempre quente Hungria, onde a chuva forte pode novamente dar as caras. E, quem sabe, mudar mais uma vez os prognósticos do Mundial, que até ontem dava como certa a reação de Raikkonen, apontava o declínio de Massa e tinha Hamilton tranqüilo na liderança.
Fernando Alonso conquistou uma vitória categórica e se colocou na condição de favorito ao título da temporada, apesar de ainda estar dois pontos atrás de Lewis Hamilton. Andou com maestria no piso molhado. Aliás, da forma como ele conduziu o bólido da McLaren nem parecia que se tratava de uma pilotagem na chuva.
Não é à toa que o asturiano é o atual bicampeão e um dos mais arrojados — senão o mais — da atualidade para encarar uma disputa debaixo de chuva. Elogios incontestáveis na pista, mas decepção fora dela, pois foi estúpida a atitude do espanhol diante de Felipe Massa, que terminou em segundo.
Alonso foi para cima do brasileiro, quis e conseguiu arrumar encrenca por conta da briga de ambos pela primeira posição. Massa fez o seu papel para se defender dos ataques e de forma digna de aplausos. Segurou o rival até o limite, perdendo a liderança após um toque lateral de ambos. Isso é esporte, isso é competição. Reclamar por que, Fernandinho? Não precisava estragar o dia com uma postura ridícula.
Felipe foi bravo desde a largada ao superar Alonso e, por pouco, o parceiro Kimi Raikkonen. Conseguiu domar o modelo F2007 no momento do dilúvio que tomou conta da região do autódromo e fez a lição de casa quando a pista secou, abrindo uma confortável vantagem sobre os rivais. Era o primeiro colocado e se encaminhava para o lugar mais alto do pódio. Veio a chuva novamente e mudou toda a história.
Apesar da derrota para a McLaren, Massa faturou a vitória na briga interna da Ferrari, já que com o abandono do eterno azarado Kimi Raikkonen, vítima de uma zica miserável e de problemas eletrônicos em seu carro, o brazuca passou de um ponto atrás para sete à frente em relação ao finlandês. De forma sensata, deveria ser a hora de a Ferrari determinar um tratamento diferenciado para Felipe, que voltou a ocupar o terceiro posto na classificação, agora com 11 tentos a menos que o líder da classificação, Hamilton.
Liberado pelos médicos para participar da prova, o inglês descarregou de si todos os erros que não escaparam nas nove etapas anteriores. Saiu da pista, ficou parado na brita durante a forte chuva do início da corrida, voltou para a disputa com a ajuda de um trator, errou ao arriscar o uso dos pneus de pista seca quando ainda não convinha e terminou em nono.
Minha avaliação sobre sua prova? Sensacional! Fez uma ótima largada ao saltar de décimo para quarto, protagonizou belas ultrapassagens, andou no limite e por pouco não beliscou um pontinho. Não nos esqueçamos que o jovem britânico é um estreante, mas ainda líder do campeonato e dono de uma seqüência de nove pódios consecutivos. Para quem sofreu um forte acidente nos treinos e teve de correr gripado, fez um belo papel. E se deu ao luxo de poder abusar da sorte pelo fato de ter construído uma folga de 12 pontos na classificação.
Com o resultado do GP da Europa, Hamilton se manteve na ponta do Mundial com 70 pontos, seguido de perto por Alonso, com 68. Massa é o terceiro com 59 e Raikkonen caiu para quarto, ficando com os mesmos 52 que tinha e distante da briga pelo título.
Para apimentar ainda mais a situação, a próxima etapa será o GP da Hungria, pista travada e com cara de McLaren, cujo carro já demonstrou andar melhor em circuitos sinuosos. A Ferrari, que até então vinha de duas vitórias consecutivas, fará de tudo para impedir a nova reação prateada. E toda esta guerra entre os times estará em evidência ao longo desta semana, graças aos três dias de testes coletivos em Jerez de La Frontera, além da reunião do time de Ron Dennis com a FIA na quinta-feira, para esclarecimentos sobre o caso de espionagem, o “Stepneygate”.
Faltam sete corridas para o encerramento do certame. Difícil prever quem será o campeão!
A corrida dos outros
Quem poderia imaginar Markus Winkelhock e a Spyker liderando o GP da Europa? Pois foi o que aconteceu neste domingo, em Nürburgring. Se bobear, a sorte de estreante do alemão, o único a arriscar a troca por pneus de chuva antes da largada, pode ter lhe garantido vaga para a mais algumas corridas na F-1.
Mark Webber e Alexander Wurz brigando pelo terceiro lugar até os metro finais! Só mesmo uma prova maluca para registrar cenas como estas. E aqui cabe um destaque para o australiano da Red Bull, que mereceu ter subido no pódio, apesar do erro cometido na última curva da volta derradeira, o que quase comprometeu seu resultado.
Impressionante também a precisão dos meteorologistas com relação à chegada da chuva. Só faltaram precisar os segundos em que a água cairia. E muito engraçado o mecânico da Renault avisando Heikki Kovalainen sobre a estratégia de arriscar os pneus intermediários no fim da prova: “Fique calmo, porque vai chover AGORA!”, disse o componente do grupo francês, que acertou em cheio.
Rubens Barrichello nem mesmo na chuva conseguiu se dar bem, numa prova de que o carro da Honda também tem medo de água. Um lixo com rodas, infelizmente, que terminou em 11º, só à frente de uma Super Aguri e de uma Toyota.
Já na BMW, a boa relação (se é que existia) entre Nick Heidfeld e Robert Kubica deve ter ido para o espaço, após o intenso duelo, com direito a toques, entre ambos na corrida. No fim das contas, o sexto e sétimo lugares — com o alemão na frente — acabou sendo lucro para a equipe tedesca.
Que venha agora a etapa de Budapeste, na sempre quente Hungria, onde a chuva forte pode novamente dar as caras. E, quem sabe, mudar mais uma vez os prognósticos do Mundial, que até ontem dava como certa a reação de Raikkonen, apontava o declínio de Massa e tinha Hamilton tranqüilo na liderança.
2 comentários:
Caro Leandro,
Aqui é o Diego Zequini, vosso companheiro na empreitada jornalística da PUC.
Como fã do Massa, gostaria de tirar uma dúvida.
Ouvi dizer, de diversas fontes, que o Alonso é muito mais piloto que o brasileiro, com a pista molhada.
Isso tem fundamento?
Sinceramente, em apenas duas temporadas, não acho que os caras tenham parâmetro para avaliar a capacidade do Massa em pista molhada.
Pelo seu texto, notei que, dos quatro que pleiteam o título, o Massa é o que vc menos gosta.
Procede?
Diego, meu grande amigo!!!
Fico feliz por sua visita ao blog e pelo comentário bastante pertinente.
Começo respondendo pela última questão, sobre minha simpatia com o Massa.
Considero o Felipe um ótimo piloto, que amadureceu muito nos últimos dois anos e o vejo, ainda, como um candidato ao título deste ano.
Como brasileiro, torço sim para que ele vença corridas e seja o campeão. Não tenho, sinceramente, bronca com nenhum dos quatro pilotos que pleiteiam o Mundial, mas devo admitir que se eu tivesse que apostar em um nome do quarteto, seria no de Alonso.
O espanhol mostra na pista, com atuações como a do GP da Europa, que é o melhor piloto da atualidade. Por isso, vejo-o como o favorito ao caneco deste ano.
Quanto ao desempenho da chuva, Massa de fato deixa a desejar. O parâmetro para análise não é de duas temporadas, mas sim de cinco certames: 2002, 2004, 2005, 2006 e 2007.
E nas vezes em que a chuva deu as caras, ele foi mal. Exemplo disso foi o GP da Hungria do ano passado, em que ele se arrastou na pista.
Numa escala de capacidade no molhado, Felipe fica atrás de Raikkonen e Alonso. Isso na minha opinião, claro.
Não coloco Hamilton nesse ranking porque ainda não deu para avaliá-lo na chuva em condições normais, visto que a última etapa foi uma verdadeira loteria e ele correu doente, machucado e no pelotão intermediário.
Um grande abraço, meu amigo!
Postar um comentário