Em busca de uma nova imagem

Diferentemente dos anos anteriores, em que o autódromo era somente enfeitado para receber a etapa de Fórmula 1, Interlagos está desta vez passando por uma ampla e digna reforma em todo o seu complexo, que tem boas chances de sediar a decisão do título da temporada 2007.

O traçado de 4.309 metros — incluindo a área de boxes — teve toda a sua camada original de asfalto retirada para ser recapeado. Com o novo piso, os organizadores do GP do Brasil esperam exterminar as “eternas” ondulações da pista, tornando o circuito mais elogiado e menos criticado por parte dos pilotos.

Esta é, sem dúvida, a grande missão das obras iniciadas na metade do mês de junho e que devem ser encerradas até o final de setembro. Tudo bem que a Prefeitura da Cidade de São Paulo já estourou o seu prazo de entrega do “Novo Interlagos”, previsto para o dia 17 de agosto. Desde que apresente um serviço de qualidade, todos nós prometemos esquecer o atraso.

Mas é bom repetir: há que se fazer um trabalho sério e não um fiasco como o de 2000, quando foram gastos milhões e milhões de reais para a realização de um recapeamento de péssima linha, que em vez de melhorar conseguiu deixar a pista ainda pior.

Além de asfalto novo, o autódromo José Carlos Pace terá uma nova arquibancada fixa na reta dos boxes, com capacidade para 8500 pessoas, melhorias no sistema de escoamento de água e na área de entrada dos boxes. Tudo para agradar os dirigentes da categoria máxima do automobilismo e contribuir para que Interlagos renove seu contrato com a competição, o qual se encerra no final de 2009.

Ao olhar para o calendário, noto que estamos a dois meses da largada da corrida brasileira. E passando pelas redondezas do circuito, já é possível notar a montagem das arquibancadas tubulares, coisa que nos últimos anos acontecia com pouco mais de um mês de antecedência.

Percebe-se, portanto, que a organização está determinada a fazer bonito na 36ª edição do Grande Prêmio. Torçamos para que os prognósticos se confirmem e também pela manutenção do espaço, afinal, ele não vive apenas de Fórmula 1.