Houve tantos episódios marcantes neste GP de Mônaco que fica difícil saber por onde começar a análise sobre a prova. Chuva, batidas, erros de pilotos e equipes, barbeiragens, Safety-Car, surpresas, injustiças, sorte, duas horas de corrida, sol, pista seca, novo líder do Mundial e um cenário muitíssimo interessante para as próximas etapas.
Lewis Hamilton venceu com extrema autoridade a corrida deste domingo, independente de sua batida no guard-rail no início da prova, a qual o obrigou a entrar nos boxes para trocar o pneu estourado. Nesta hora, valeu a inteligência e eficiência da McLaren para alterar a estratégia do britânico, encher o tanque do carro e partir para a recuperação. Deu certo, após boas doses de sorte, é verdade.
Se o time prateado acertou em cheio na tática, a rival Ferrari, que tinha a corrida nas mãos, enterrou a vitória de Felipe Massa ao tentar fazer um único pit-stop. Começaram errando com a demora de chamar o brasileiro para os boxes. Depois disso, quando se tocaram que já não dava mais para alcançar Hamilton, perderam muito tempo durante a parada do brasileiro para colocar pneus de pista seca e, com isso, entregaram o segundo lugar para Robert Kubica.
Está certo que Felipe também bobeou ao passar reto pela Saint Devote, quando ainda chovia, mas não foi isso que lhe custou a vitória. Ele — que independente do vacilo na escapada andou muito debaixo de água — perdeu na estratégia, tendo que se conformar com a terceira posição.
Para Kubica, um merecido pódio na segunda colocação depois de liderar, mostrar frieza para controlar a pressão de Massa e por não cometer erros. Dos três primeiros, foi o único a conseguir tal façanha.
O polonês, mesmo sem nenhuma vitória, está a somente seis pontos do novo líder da classificação, Hamilton. Um ótimo desempenho que o deixa — por que não? — na briga pelo título de 2008.
Se temos hoje um novo líder, agradeçam a Kimi Raikkonen, um dos trapalhões desta corrida. O finlandês perdeu uma posição na largada, andou surpreendentemente mal na chuva, danificou o bico numa escapada e jogou fora um praticamente certo quinto lugar ao atingir a traseira do fantástico Adrian Sutil na saída do túnel.
Kimi saiu zerado de Monte Carlo, caiu para a vice-liderança do certame e ainda viu Felipe Massa encostar de vez na briga interna da Ferrari. Muita pressão para o “Homem de Gelo” suportar nas próximas etapas.
E o pior de tudo: Raikkonen destruiu o então heróico quarto lugar de Sutil ao tirá-lo do páreo. O alemão foi o grande nome do GP. Guiou forte e sem cometer erros saindo da 17º posição com o fraco carro da Force Índia. Parou apenas uma vez e estava bem próximo da consagração quando foi atropelado pela Ferrari do campeão do mundo. Chorou nos boxes, coitado. Merecia o resultado.
Quem agradeceu o enrosco de Sutil e Kimi foi Mark Webber, que apesar da sorte no final fez uma ótima corrida. Atrás do australiano, chegou o alemão Sebastian Vettel, numa bela recuperação com o bólido da Toro Rosso, conquistando finalmente seus primeiros pontos no ano.
Por falar em pontos, parem tudo! Rubens Barrichello, bom de chuva e bom de Mônaco, acabou com o jejum de 22 corridas sem terminar na zona de pontuação. Foi o sexto colocado e somou três tentos. Uma atuação nada fora de série, mas o que importa é ter saído do zero.
Kazuki Nakajima fez as honras da Williams ao completar a corrida em sétimo, já que Nico Rosberg estourou sua cota de troca de asa dianteira e ficou pelo caminho após uma forte pancada na parede dos Esses da Piscina.
Fechando a lista dos oito primeiros, Heikki Kovalainen, atrapalhado pelo motor que apagou na volta de apresentação e discreto durante todo o GP. Considerando o bom carro que tinha e as inúmeras nuances da corrida, poderia vislumbrar algo melhor.
Dos brasileiros, apenas Nelson Piquet ficou pelo caminho, mas por culpa da equipe que o fez colocar pneus para piso seco quando ainda não era o momento ideal. Parece que a Renault não se contentou em errar com Fernando Alonso e quis estender a burrice para cima do novato brazuca.
Quanto ao Fernandinho, esteve irreconhecível. No começo, até que vinha bem, mas depois só fez porcaria. Bateu em Nick Heidfeld ao tentar uma ultrapassagem impossível na curva Loews, bateu no muro, escapou diversas vezes... Um GP para ser esquecido.
Como o foi também para Heidfeld, cada vez mais apagado em função das belas atuações de Kubica e, no caso de hoje, por sua própria exclusão. O alemão simplesmente não correu. Tomou quatro voltas de Hamilton, ficando em último.
O pior piloto na pista, no entanto, foi outro germânico, Timo Glock, que rodou, bateu, rodou, bateu de novo. Enfim, foi o bração do dia, “prêmio” que não deve ser nada bem digerido pela Toyota.
Uma ótima corrida, a melhor do ano, sem dúvida. Tivemos em Mônaco aquilo que desejávamos ver: a atuação dos pilotos sem o controle de tração numa prova com chuva. Sendo nas ruas do Principado, o desfecho só poderia ser caótico. Como realmente foi.
Resultado Final
1) Lewis Hamilton (ING/McLaren), 76 voltas em 2h00min04s742
2) Robert Kubica (POL/BMW), a 3s069
3) Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 4s811
4) Mark Webber (AUS/Red Bull), a 19s264
5) Sebastian Vettel (ALE/Toro Rosso), a 24s657
6) Rubens Barrichello (BRA/Honda), a 28s408
7) Kazuki Nakajima (JAP/Williams), a 30s180
8) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), a 33s191
9) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 33s793
10) Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1 volta
11) Jenson Button (ING/Honda), a 1 volta
12) Timo Glock (ALE/Toyota), a 1 volta
13) Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 1 volta
14) Nick Heidfeld (ALE/BMW), a 4 voltas
Melhor volta: Kimi Raikkonen (1min16s689)
Lewis Hamilton venceu com extrema autoridade a corrida deste domingo, independente de sua batida no guard-rail no início da prova, a qual o obrigou a entrar nos boxes para trocar o pneu estourado. Nesta hora, valeu a inteligência e eficiência da McLaren para alterar a estratégia do britânico, encher o tanque do carro e partir para a recuperação. Deu certo, após boas doses de sorte, é verdade.
Se o time prateado acertou em cheio na tática, a rival Ferrari, que tinha a corrida nas mãos, enterrou a vitória de Felipe Massa ao tentar fazer um único pit-stop. Começaram errando com a demora de chamar o brasileiro para os boxes. Depois disso, quando se tocaram que já não dava mais para alcançar Hamilton, perderam muito tempo durante a parada do brasileiro para colocar pneus de pista seca e, com isso, entregaram o segundo lugar para Robert Kubica.
Está certo que Felipe também bobeou ao passar reto pela Saint Devote, quando ainda chovia, mas não foi isso que lhe custou a vitória. Ele — que independente do vacilo na escapada andou muito debaixo de água — perdeu na estratégia, tendo que se conformar com a terceira posição.
Para Kubica, um merecido pódio na segunda colocação depois de liderar, mostrar frieza para controlar a pressão de Massa e por não cometer erros. Dos três primeiros, foi o único a conseguir tal façanha.
O polonês, mesmo sem nenhuma vitória, está a somente seis pontos do novo líder da classificação, Hamilton. Um ótimo desempenho que o deixa — por que não? — na briga pelo título de 2008.
Se temos hoje um novo líder, agradeçam a Kimi Raikkonen, um dos trapalhões desta corrida. O finlandês perdeu uma posição na largada, andou surpreendentemente mal na chuva, danificou o bico numa escapada e jogou fora um praticamente certo quinto lugar ao atingir a traseira do fantástico Adrian Sutil na saída do túnel.
Kimi saiu zerado de Monte Carlo, caiu para a vice-liderança do certame e ainda viu Felipe Massa encostar de vez na briga interna da Ferrari. Muita pressão para o “Homem de Gelo” suportar nas próximas etapas.
E o pior de tudo: Raikkonen destruiu o então heróico quarto lugar de Sutil ao tirá-lo do páreo. O alemão foi o grande nome do GP. Guiou forte e sem cometer erros saindo da 17º posição com o fraco carro da Force Índia. Parou apenas uma vez e estava bem próximo da consagração quando foi atropelado pela Ferrari do campeão do mundo. Chorou nos boxes, coitado. Merecia o resultado.
Quem agradeceu o enrosco de Sutil e Kimi foi Mark Webber, que apesar da sorte no final fez uma ótima corrida. Atrás do australiano, chegou o alemão Sebastian Vettel, numa bela recuperação com o bólido da Toro Rosso, conquistando finalmente seus primeiros pontos no ano.
Por falar em pontos, parem tudo! Rubens Barrichello, bom de chuva e bom de Mônaco, acabou com o jejum de 22 corridas sem terminar na zona de pontuação. Foi o sexto colocado e somou três tentos. Uma atuação nada fora de série, mas o que importa é ter saído do zero.
Kazuki Nakajima fez as honras da Williams ao completar a corrida em sétimo, já que Nico Rosberg estourou sua cota de troca de asa dianteira e ficou pelo caminho após uma forte pancada na parede dos Esses da Piscina.
Fechando a lista dos oito primeiros, Heikki Kovalainen, atrapalhado pelo motor que apagou na volta de apresentação e discreto durante todo o GP. Considerando o bom carro que tinha e as inúmeras nuances da corrida, poderia vislumbrar algo melhor.
Dos brasileiros, apenas Nelson Piquet ficou pelo caminho, mas por culpa da equipe que o fez colocar pneus para piso seco quando ainda não era o momento ideal. Parece que a Renault não se contentou em errar com Fernando Alonso e quis estender a burrice para cima do novato brazuca.
Quanto ao Fernandinho, esteve irreconhecível. No começo, até que vinha bem, mas depois só fez porcaria. Bateu em Nick Heidfeld ao tentar uma ultrapassagem impossível na curva Loews, bateu no muro, escapou diversas vezes... Um GP para ser esquecido.
Como o foi também para Heidfeld, cada vez mais apagado em função das belas atuações de Kubica e, no caso de hoje, por sua própria exclusão. O alemão simplesmente não correu. Tomou quatro voltas de Hamilton, ficando em último.
O pior piloto na pista, no entanto, foi outro germânico, Timo Glock, que rodou, bateu, rodou, bateu de novo. Enfim, foi o bração do dia, “prêmio” que não deve ser nada bem digerido pela Toyota.
Uma ótima corrida, a melhor do ano, sem dúvida. Tivemos em Mônaco aquilo que desejávamos ver: a atuação dos pilotos sem o controle de tração numa prova com chuva. Sendo nas ruas do Principado, o desfecho só poderia ser caótico. Como realmente foi.
Resultado Final
1) Lewis Hamilton (ING/McLaren), 76 voltas em 2h00min04s742
2) Robert Kubica (POL/BMW), a 3s069
3) Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 4s811
4) Mark Webber (AUS/Red Bull), a 19s264
5) Sebastian Vettel (ALE/Toro Rosso), a 24s657
6) Rubens Barrichello (BRA/Honda), a 28s408
7) Kazuki Nakajima (JAP/Williams), a 30s180
8) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), a 33s191
9) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 33s793
10) Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1 volta
11) Jenson Button (ING/Honda), a 1 volta
12) Timo Glock (ALE/Toyota), a 1 volta
13) Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 1 volta
14) Nick Heidfeld (ALE/BMW), a 4 voltas
Melhor volta: Kimi Raikkonen (1min16s689)
2 comentários:
Lindo GP...
Adorei levando em consideração então que a pole não perdia desde 2004!!!!!!rsrsrsrs
Desastrosamente Maravilhoso...
Abraços
o caso de Heidfeld e quase tragico: enquanto a Sauber briga pelo esta no seu melhor momento, ele esta passando por uma etapa de barbeiragem que somente piora com cada GP
ainda bem que agora pudo botar a culpa no Alonso..
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