terça-feira, 20 de março de 2007

Balanço de Melbourne

Pela segunda vez na história da Fórmula 1 um finlandês inicia a temporada com vitória. Assim como Mika Hakkinen em 1998, Kimi Raikkonen teve em mãos um super carro para vencer o GP da Austrália do último domingo. Foi extremamente competente, apesar da leve escapada no terço final da prova, e inacreditavelmente contou com a sorte ao seu lado. Vamos, então, às notas da corrida:

Kimi Raikkonen: 10,0 – Conseguiu o primeiro “hat-trick” (pole-position, vitória e volta mais rápida) de sua carreira e empatou com Ayrton Senna no número de voltas mais rápidas (19). Fez o que era de se esperar para um substituto de Michael Schumacher. Bobeou na escapada? Sim, mas as imagens mostraram que não foi um lance tão absurdo como a mídia fez questão de ressaltar. Temos que ver como irá se comportar no duelo direto contra Felipe Massa.

Fernando Alonso: 9,0 – Valeu-se da experiência de bicampeão e da ajudinha da McLaren para ganhar a posição de Lewis Hamilton na parada de box. No mais, uma corrida tranqüila e sem muitos esforços por parte do espanhol. Poderia ter exigido um pouco mais do equipamento.

Lewis Hamilton: 10,0 – O futuro Michael Jordan, Tiger Woods ou James Stewart da F-1? O “negão” acelerou demais em Melbourne e promete dar show nas próximas etapas. Alonso que se cuide, pois todos sabem do carinho que Ron Dennis tem pelo menino.

Nick Heidfeld: 7,0 – Eficiente na classificação e razoável na corrida. Seria o quinto colocado caso o companheiro de equipe, Robert Kubica, não tivesse abandonado. Vai ter de suar a camisa para vencer a briga interna na BMW.

Giancarlo Fisichella: 8,5 – Impressionou muita gente pelo esforço e competência para conseguir o máximo que o modelo da Renault permitia. Não tirou nenhum coelho da cartola, mas somou importantes pontos para o time francês, que sente muito a ausência de Fernando.

Felipe Massa: 8,5 – Poderia ter chegado em quarto se não tivesse perdido tanto tempo atrás dos carros da Honda. Contudo, demonstrou bastante maturidade para guiar sem cometer erros e habilidade para suportar quase 30 voltas na pista com pneus macios.

Nico Rosberg: 8,5 – Confirmando o meu palpite pré-GP, a Williams conseguiu marcar valiosos pontinhos. E Nico andou forte da largada até a bandeirada final. Merecido resultado para o piloto e para o time, que não pode ser extinto.

Ralf Schumacher: 6,5 – Um ponto que, para a draga de carro construído pela Toyota, valeu por dez. Mas se Ralf de fato se considera no mesmo nível de Kimi e Alonso, deveria estar um pouco mais à frente, não acham?

Jarno Trulli: 4,0 – Em tese, é mais piloto que o companheiro de equipe, portanto, sem comentários.

Heikki Kovalainen: 1,5 – Ficou muito aquém do esperado, mas não massacremos o pobre finlandês. O rapaz é bom, só vacilou na estréia; tem tudo para se redimir nas próximas etapas. Agora, falar em uma possível substituição por Nelson Ângelo Piquet nesta altura do campeonato é puro exagero por parte da imprensa.

Rubens Barrichello: 6,0 – Boa corrida. Pena o mau resultado no treino de classificação e o longo tempo perdido atrás da lesma Button. Um começo de ano bem melhor que o anterior. Quando a Honda melhorar (se melhorar), Rubens pode surpreender.

Takuma Sato: 5,5 – Depois de apanhar do companheiro de equipe na pré-temporada e nos treinos livres da Austrália, conseguiu uma superação no treino oficial e disputou pela primeira vez a superpole. Na prova, teve como mérito chegar à frente de uma Red Bull e de uma Honda.

Mark Webber: 6,0 – Lembrou muito os seus tempos de Jaguar, quando impressionava pelo forte desempenho nos treinos de classificação. Na prova, manteve a sua tradicional marca de um piloto irregular. Seu maior feito no ano vai ser a contribuição para a aposentadoria de David Coulthard.

Vitantonio Liuzzi: 4,5 – Se o vi na volta de apresentação foi muito. Pelo menos completou o GP, sem cometer erros.

Jenson Button: 3,0 – O inglês decepcionou, não fez nada para tentar salvar o planeta Terra. Poderia, ao menos, ter dado espaço para Rubens, que estava muito mais veloz.

Anthony Davidson: 5,0 – Há pouca coisa a dizer, afinal, ficou parado no grid. Perdeu para o Sato na classificação, por isso, levou meio-ponto a menos que o japonês.

Adrian Sutil: 4,0 – Ganha aqui o conceito de regular, por ser um estreante e correr com o pior carro do grid. Tomara que roube a namorada de Christijan Albers — nada menos do que a filha do dono da Spyker — para motivar a demissão do companheiro, este sim um piloto muito ruim.

Alexander Wurz: 6,5 – O piloto de testes voltou à ativa e quase teve a cabeça amassada pelas asas do Red Bull de Coulthard. Um retorno razoável, apesar do abandono forçado.

David Coulthard: 0,5 – Se continuar na categoria em 2008, será com certeza o piloto mais sortudo de toda a história da F-1. Levou uma surra de Webber na classificação e por pouco não causou um trágico acidente. Menos, David...

Robert Kubica: 7,5 – O polonês mostra, cada vez mais, ser um piloto de ponta. Uma pena o câmbio tê-lo deixado na mão.

Scott Speed: 2,0 – Gerhard Berger deveria pensar melhor se vale à pena manter um baladeiro nas pistas.

Christijan Albers: 0 – É o pior piloto da temporada. Sem mais.

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