Faltando apenas duas semaninhas para o GP da Austrália, vale a pena fazer uma análise também daqueles pilotos que não estão em evidência e, mais do que isso, terão um ano de 2007 decisivo para suas carreiras. Aqui citamos três, os mais "ameaçados". Trata-se de uma rápida restrospectiva da carreira de cada um e de uma análise do que pode acontecer no Mundial que se avizinha.
Giancarlo Fisichella (Renault): eis aí um daqueles caras que, daqui a 30 anos, será lembrado mais pelo que não conseguiu do que pelos sucessos. Físico começou na categoria em 1996 pela modesta Minardi, transferindo-se em 97 para a Jordan. Marcou 20 pontos, ficou bem à frente do companheiro, Ralf Schumacher, e arrumou uma vaguinha na Benetton para o ano seguinte.
Giancarlo Fisichella (Renault): eis aí um daqueles caras que, daqui a 30 anos, será lembrado mais pelo que não conseguiu do que pelos sucessos. Físico começou na categoria em 1996 pela modesta Minardi, transferindo-se em 97 para a Jordan. Marcou 20 pontos, ficou bem à frente do companheiro, Ralf Schumacher, e arrumou uma vaguinha na Benetton para o ano seguinte.
Formou dupla com Alexander Wurz até 2000, mas nunca chegou a impressionar, até mesmo pelos carros questionáveis que teve nas mãos. Saiu do time italiano em 2001, após temporada horrível, e voltou à Jordan. Passou duas temporadas tentando tirar leite de pedra, tendo como ponto mais alto a inacreditável vitória do GP Brasil de 2003, sua primeira na categoria.
Seguiu para a Sauber em 2004, onde encontrou um "verde" Felipe Massa ao seu lado e teve desempenho respeitável, que lhe valeu um contrato com a Renault a partir de 2005. Iniciou a temporada vencendo na Austrália e recebeu a pecha de favorito ao título. Bobagem. Foi inferior a Alonso durante todo o campeonato e viu o espanhol se sagrar campeão pela primeira vez. Ganhou na Malásia em 2006, mas novamente ficou atrás do asturiano no restante do ano, sentindo o gosto amargo de ver o companheiro como campeão pela segunda temporada seguida.
Em 2007 - a Renault já deu claros indícios da intenção de colocar Nelsinho Piquet como titular já em 2008, algo que é confirmado pelo Nélson pai. Dessa forma, um dos titulares deste ano deverá perder seu posto ao fim da temporada. Como Heikki Kovalainen foi criado no time francês e conta com a confiança dos dirigentes, é evidente que a batata de Fisichella é a que está assando. Para ainda pensar na possibilidade de ter algum futuro na Fórmula 1, (na Renault ou alguma equipe média-grande) o italiano terá que superar Kova, e de forma convincente. Caso contrário, terá que se acostumar à vida de dono de equipe da GP2 e nada mais.
David Coulthard (Red Bull): o escocês boa-pinta estreou na F-1 com a leve missão de substituir Ayrton Senna, após a morte do brasileiro a bordo de uma Williams no GP de San Marino de 1994. Em 12 corridas só conseguiu um pódio - o que é pouco se pensarmos na velocidade daquele carro. Permaneceu no time de Frank apenas por mais um ano, conquistando a primeira vitória no GP de Portugal, mas ficando atrás do companheiro Damon Hill.
David Coulthard (Red Bull): o escocês boa-pinta estreou na F-1 com a leve missão de substituir Ayrton Senna, após a morte do brasileiro a bordo de uma Williams no GP de San Marino de 1994. Em 12 corridas só conseguiu um pódio - o que é pouco se pensarmos na velocidade daquele carro. Permaneceu no time de Frank apenas por mais um ano, conquistando a primeira vitória no GP de Portugal, mas ficando atrás do companheiro Damon Hill.
Em 1996, Coulthard iniciou um casamento que durou nove anos com a McLaren. Na primeira temporada guiando para Ron Dennis, sofreu com a falta de confiabilidade do carro. Teve em 1997 um de seus melhores Mundiais, com duas vitórias (Austrália e Itália) e um desempenho superior ao de Mika Hakkinen, seu parceiro (teria vencido também em Jerez, mas permitiu o triunfo do finlandês).
No biênio 98-99 foi constantemente batido por Hakkinen, assistindo de camarote aos dois títulos do companheiro (assim como aconteceu com Fisichella na Renault). Nos anos de 2000 e 2001 chegou até a esboçar uma aspiração ao título, mas sempre perdeu fôlego nas etapas finais dos campeonatos e obteve apenas o vice-campeonato, em 2001. Foi melhor que Kimi Raikkonen, novo team-mate, apenas em 2002, ficando para trás nos dois anos seguintes.
Passou para a Red Bull em 2005, no ano de estréia da equipe, onde teve como melhor resultado um 3º lugar no GP de Mônaco 06.
Em 2007 - formará ao lado de Mark Webber uma das duplas mais experientes do certame. Guiará um bólido projetado por Adrian Newey, o "mago das pranchetas", com quem trabalhou na época de McLaren, o que pode indicar uma expectativa melhor para esse ano. Apesar de não ter nenhum grande candidato a tomar o seu lugar, precisa mostrar trabalho caso queira permanecer na categoria, pois a Red Bull não parece ter o mesmo perfil da Toyota, isto é, gastar rios de dinheiro para não ter nenhum retorno.
Rubens Barrichello (Honda): quando estreou na categoria, em 1993, a Jordan ainda era uma equipe caricata. Mesmo assim teve um quinto lugar no Japão. Teve excelente temporada em 1994, alcançando o pódio no GP do Pacífico e finalizando o campeonato em sexto. Talvez tenha sido o que mais sofreu no final de semana do GP de San Marino daquele ano, pois se acidentou gravemente nos treinos livres e viu o maior ídolo morrer na sexta volta da corrida.
Rubens Barrichello (Honda): quando estreou na categoria, em 1993, a Jordan ainda era uma equipe caricata. Mesmo assim teve um quinto lugar no Japão. Teve excelente temporada em 1994, alcançando o pódio no GP do Pacífico e finalizando o campeonato em sexto. Talvez tenha sido o que mais sofreu no final de semana do GP de San Marino daquele ano, pois se acidentou gravemente nos treinos livres e viu o maior ídolo morrer na sexta volta da corrida.
A partir de então, sofreu com o estigma de "substituto de Senna", algo que o pressionou e incomodou sensivelmente. Em 95, chegou em segundo no GP do Canadá, e essa foi a única alegria de todo ano. Perdeu a disputa com Eddie Irvine, seu companheiro, para a vaga de segundo piloto da Ferrari em 96 e teve que continuar na Jordan. Nesse ano, não teve pódios, mas brilhou no GP do Brasil, ao marcar o segundo tempo no grid e disputar posições durante a prova com Schumacher e Alesi. Mesmo assim, viu Eddie Jordan fechar as portas de sua equipe para 1997 e precisou se arriscar na novata Stewart.
Quase chegou à primeira vitória na F-1, em Mônaco, onde se exibiu brilhantemente sob chuva. Foi o segundo e marcou os únicos seis pontos daquele ano. Viu-se em terríveis dificuldades em 98, marcando apenas quatro pontos e sofrendo demais com as quebras da Stewart. A volta por cima aconteceu em 1999, ainda na equipe do ex-tricampeão mundial. Anotou duas poles, obteve três terceiros lugares e chegou a liderar no Brasil. Ficou à pé devido a uma quebra de motor, problema que lhe tirou mais pontos durante o ano.
A ótima performance lhe rendeu uma vaga na Ferrari para 2000 (em substituição a Irvine, aquele). Foi brilhante no GP da Alemanha e venceu pela primeira vez na categoria, depois de sair da 17ª colocação. Terminou o Mundial em 4º, melhorando uma posição em 2001. Venceu mais quatro vezes em 2002, conquistando o vice-campeonato. Entre 2003 e 2005, mais quatro vitórias. Pouco. Pior do que isso, viveu sempre à sombra de Michael Schumacher, declarando-se muitas vezes insatisfeito com os privilégios do alemão.
Saiu em 2006 e rumou para Honda. Na primeira temporada junto ao time nipônico, não se adaptou adequadamente e foi superado por Jenson Button.
Em 2007 - antes mesmo do ano começar, Rubens já despertava comentários da imprensa sobre uma possível aposentadoria ao fim da temporada. A verdade é que, caso isso aconteça, será o fim de uma carreira marcada por alguns sucessos e muitos fracassos. Talvez a expressão "estar no lugar certo na hora errada" seja a melhor para representar o que foi a passagem de Barrichello na Ferrari, único lugar em que poderia efetivamente ter lutado pelo título. Se a Honda de 2007 vai ter condições de brigar pelas posições cimeiras, só o tempo vai dizer. Não esperemos, no entanto, que ele desista de lutar ou de tentar fazer um trabalho competente. Apesar de não ser um super-vencedor, é incontestável: Barrichello é um bravo competidor.
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