sexta-feira, 27 de junho de 2008

Saga japonesa na F-1

“O famoso Ukyo ‘Catagrama’ no GP da Austrália de 94”.

Atendendo a pedidos do blogueiro Hugo Versati, um fã declarado dos pilotos do Oriente, preparamos um post especial sobre os competidores nipônicos que passaram pela Fórmula 1, em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil.

Em 58 anos da categoria, aventuraram-se no circo 20 representantes da terra do sol nascente. Os precursores da legião foram Takahara Noritake, Hoshino Kazuyoshi e Hasemi Masahiro, no GP do Japão de 1976.

Correndo em casa, o trio não desapontou a torcida que compareceu ao circuito de Fuji no dia 24 de outubro. Masahiro, defendendo a equipe Kojima, obteve a melhor colocação nos treinos ao estabelecer o décimo tempo. Kazuyoshi, de Tyrrell, ficou em 21º, enquanto Noritake alinhou o carro da Surtees na penúltima posição, em 24º.

“Takahara Noritake a bordo do Kojima-Ford no GP do Japão de 1977”.

Na prova, realizada sob chuva e vencida pelo americano Mario Andretti, as atenções dos torcedores locais se voltaram para a bela recuperação de Noritake, que recebeu a bandeirada em nono. Hasemi foi o 11º e último dentre os que completaram o GP, mas conseguiu a proeza de fazer a volta mais rápida da corrida. Já Kazuyoshi, com problemas nos pneus, abandonou na 33ª passagem.

O primeiro ponto japonês foi conquistado por Satoru Nakajima, em 1987, ao terminar o GP de San Marino na sexta posição, a bordo da Lotus amarela. O pai de Kazuki foi também o primeiro nipônico a disputar uma temporada completa, sendo companheiro de equipe de ninguém menos que Ayrton Senna.

Pódio eles também fizeram. Somente dois, mas e daí? O primeiro com Aguri Suzuki, na etapa do Japão de 1990, em Suzuka, guiando um bólido da Lola. O segundo com Takuma Sato, de BAR no GP dos Estados Unidos de 2004. Ambos chegaram em terceiro.

“Nelson Piquet e Roberto Moreno estiveram ao lado do feioso Aguri Suzuki no primeiro pódio japonês na F-1”.

Conseguiram ainda liderar um Grande Prêmio. Por duas voltas, o equivalente a dez quilômetros, na prova de Nürburgring de 2004. Coube a Sato esta façanha; ele que se consolidou como o melhor piloto japonês a passar pela Fórmula 1. Foi quem mais pontuou de sua nação, com 44 tentos, protagonizou belas ultrapassagens como a feita sobre Fernando Alonso no GP do Canadá de 2007 e até largou na primeira fila do grid — em segundo no GP da Europa de 2004.

Com a falência da Super Aguri, Takuma perdeu a chance de ser o nipônico que mais vezes correu. Parou com 90 corridas, cinco a menos que o recordista de sua terra, o folclórico Ukyo Katayama. Para nós brasileiros, conhecido como Catagrama.

E quem não se lembra de nomes famosos como Shinji Nakano, Tora Takaji, Yuji Ide, Sakon Yamamoto, das barbeiragens de Satoru Nakajima — uma delas bastante polêmica, no GP do Brasil de 1990, quando era retardatário e se chocou com o líder Ayrton Senna —, de Taki Inoue sendo atropelado pelo carro de serviço no GP da Hungria de 1995. Enfim, os japoneses fizeram história na competição. Na verdade ainda fazem, já que Kazuki Nakajima, mais piloto que o pai, está em atividade como corredor da Williams e realizando uma temporada satisfatória.

“Satoru Nakajima, de Lotus, no GP de San Marino de 87”.

Mas a saga japonesa não se limita aos pilotos. Também se estende às equipes, duas em operação: Honda e Toyota. Kojima e Maki surgiram na década de 1970, mas desapareceram rapidamente. A última extinta foi a Super Aguri, que apesar do pouco tempo de vida realizou um trabalho bastante honesto e louvável, em que pese ter sido uma escuderia pequena.

O grande sucesso oriental na F-1, contudo, concretizou-se no fornecimento de motores. Foram seis construtoras ao todo: Yamaha, Subaru, Asiatech, Mugen Honda, Toyota e Honda, esta última famosa e vencedora na Era dos propulsores turbos, nos anos 80, e também no início da década de 90.

Os motores Honda, que equiparam carros como Williams, McLaren, Lotus, Tyrrell, e Jordan, acumulam 72 vitórias, 77 poles, 57 voltas mais rápidas, 173 pódios e cinco títulos consecutivos entre 1987 e 1991. Um saldo admirável.

Raio-x do Japão

Pilotos: 20
- Aguri Suzuki
- Hideki Noda
- Hiroshi Fushida
- Kazuki Nakajima
- Kazuyoshi Hoshino
- Kunimitsu Takahashi
- Masami Kuwashima
- Masahiro Hasemi
- Naoki Hattori
- Noritake Takahara
- Sakon Yamamoto
- Satoru Nakajima
- Satoshi Motoyama
- Shinji Nakano
- Taki Inoue
- Takuma Sato
- Tora Takagi
- Toshio Suzuki
- Ukyo Katayama
- Yuji Ide

GPs disputados: 301
Pódios: 2
Pontos: 82
Voltas mais rápidas: 2
Voltas na liderança: 2 (em Nürburgring no ano de 2004)
Melhor resultado: 3º lugar
Melhor posição no grid: 2º lugar
Melhor resultado no campeonato: 8º com Takuma Sato em 2004
Recordista de GPs: Ukyo Katayama (95)

2 comentários:

Anônimo disse...

Miércoles!!!!!!

Agora tenho certeza que o seu blog vai ganhar o ibest.

vamos marcar o chopp, mas vamos precisar trocar a Gemma pela moderação!!! Como diz o slogan Beba com a moderação!!!

Anônimo disse...

Vocês inverteram os nomes dos três japoneses que apareceram no começo. O certo é: Noritake Takahara, Kazuyoshi Hoshino e Masahiro Hasemi. Corrijam isso já!