quinta-feira, 3 de julho de 2008

Anúncio do adeus

Essa decisão teria que ser tomada um dia. Por méritos próprios, David Coulthard pôde escolher a hora de pendurar o capacete. Fará isso ao término da temporada atual, conforme ele mesmo anunciou nesta quinta-feira ao mundo. Uma revelação já pensada para ser dita na semana do GP da Inglaterra, a corrida mais caseira deste escocês de 37 anos.

Um sujeito de sorte que, exceto pelo fato de jamais ter conquistado um título mundial, não tem motivos para reclamar da vida construída no esporte a motor. Seu currículo é bastante respeitável; disputou até hoje 237 corridas, venceu 13 vezes, marcou 12 pole-positions, subiu 62 vezes ao pódio, fez 18 voltas mais rápidas, somou 533 pontos e por uma vez foi vice-campeão, em 2001.

Como poucos privilegiados, estreou logo de cara em uma equipe de ponta: a Williams, em 1994, após a morte de Ayrton Senna. Em 1996, transferiu-se para a McLaren, onde alcançou seus melhores resultados e permaneceu até o fim de 2004.

Na Red Bull, sua última casa, levou a experiência para alcançar os melhores resultados da escuderia. Nada de muito expressivo, é verdade — teve dois terceiros lugares como maiores conquistas —, mas suficiente para fazer os dirigentes quererem lhe dar asas por mais anos. Só não continua mais porque ele decidiu parar.

Uma sábia decisão de quem disse querer encerrar a carreira enquanto estivesse competitivo e aproveitando o desafio que representa ser um piloto de GPs. Por mais que não tenha somado muitos pontos até o momento, foi ele o responsável pelo único pódio do time de bebidas energéticas no ano, alcançado no GP do Canadá. Segue, portanto, competitivo.

A meta de Coulthard para os próximos anos é atuar nos bastidores como consultor da Red Bull, uma função que deve realizar com maestria, afinal é uma pessoa bastante querida no segmento do automobilismo. Um “gentleman” super carismático. Não é à toa que sempre está acompanhado de belas senhoritas. Teve até uma namorada brasileira.

De repente, este foi o segredo de David para permanecer por 15 anos em atividade na F-1. Feliz e sorridente; sabendo curtir a vida ao máximo e tendo peito inclusive para mostrar o dedo do meio para um certo Michael Schumacher no GP da França de 2000. Uma figura esse escocês!

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