domingo, 12 de outubro de 2008

Tropeço dos líderes, genialidade de Alonso

Uma corrida emocionante de muitos destaques relevantes. A começar pelo vencedor, sem dúvida o melhor piloto da Fórmula 1 atual. Um sujeito completo que sabe fazer a diferença quando vê brecha para alcançar um bom resultado. Foi assim em Cingapura e neste domingo no Japão, palco da segunda vitória consecutiva do bravo Fernando Alonso em 2008.

Empolgado com a considerável evolução do carro da Renault, o espanhol buscou no enorme talento a vantagem que precisava para vencer a antepenúltima etapa do Mundial. Foi beneficiado pelos erros e problemas dos postulantes ao título, é verdade, mas esteve longe de ter a vida facilitada, afinal a BMW de Robert Kubica e a Ferrari de Kimi Raikkonen estavam no páreo pelo degrau mais alto do pódio. Estavam, porque o bicampeão tratou de arrasá-los com seu bólido ainda inferior em nível técnico.

O caminho para a vitória do asturiano surgiu logo na largada, o ato crucial deste Grande Prêmio. Não fosse a afobação de Lewis Hamilton pela perda da liderança para Raikkonen, muito provavelmente o britânico se manteria na briga direta pelo pódio, na pior das hipóteses.

Em vez da cautela recomendada para um líder do torneio, o inglês da McLaren resolveu arriscar tudo na freada para recuperar a dianteira. Com isso, passou reto na curva e perdeu várias posições, abrindo espaço para a possibilidade de incidentes, que no caso aconteceu exatamente com Felipe Massa.

Malandro, o brasileiro mereceu o drive-through por ter ocasionado a rodada de Hamilton. No desenrolar da prova, no entanto, guiou com extremo arrojo e determinação para levar um importante pontinho do oitavo lugar para casa, diminuindo a diferença que o separa de Lewis, o 12º, para seis pontos no campeonato. Duas vitórias com pelo menos uma dobradinha da escuderia italiana passam a ser a conta do ferrarista para faturar o caneco.

Caneco este que agora só tem três concorrentes. Raikkonen, terceiro colocado hoje com uma nova atuação discreta, já está matematicamente alijado do sonho do bi. Kubica, enquanto isso, segue no papel de candidato a azarão com 12 pontos atrás do líder da tabela e seis a menos que Massa. Méritos absolutos do polonês, que chegou em segundo com a BMW cambaleante no circuito de Fuji.

Além da vitória, a Renault festejou no Japão o ótimo quarto lugar de Nelson Piquet, posição que pode ter garantido ao brazuca a justa permanência na equipe para 2009. Com direito a algumas voltas na liderança, o piloto fez a sua melhor prova no ano, em que pese o circunstancial segundo lugar no GP da Alemanha.

Jarno Trulli, o quinto colocado, e Sébastien Bourdais, sexto, também tiveram a chance de andar na ponta. Outros dois destaques do Grande Prêmio, certamente. Sebastian Vettel, em sétimo, pode ter sido superado pelo companheiro de equipe desta vez, mas completou a sua quinta corrida seguida na zona de pontos, sendo o único a pontuar nessas últimas cinco etapas. Ótima façanha para a Toro Rosso.

Apesar do 13º posto, o domingo de Rubens Barrichello valeu a pena pela disputa por posição com Nico Rosberg, que enfrentou dificuldades para superar o carro ruim do brasileiro. O alemão fez a ultrapassagem, mas não escapou da forte resistência do veterano.

Restam agora dois GP’s para o desfecho do Mundial, que pode ser decidido na próxima semana na China. Para tanto, será necessário uma vitória de Hamilton combinada a um quarto lugar de Massa, na conta mais simples. Possível, mas a princípio pouco provável. Se bem que nada tem sido previsível nas últimas corridas.

Tudo graças ao forte equilíbrio da temporada 2008, mas principalmente aos inúmeros vacilos de Lewis e Felipe.

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