domingo, 29 de março de 2009

GP da Austrália: Um final que valeu por tudo

FOTO: REPRODUÇÃO/LAT
Domínio, independente de quem o proporcione, não costuma trazer emoção para nenhum esporte. Mas nada como um desfecho eletrizante e acidentado de corrida para dar ares de graça as 58 voltas do GP da Austrália.

A vitória, como era de se imaginar, ficou com a Brawn, bem como a dobradinha. Não do jeito que se imaginava, é verdade, mas aconteceu com uma forcinha de Sebastian Vettel e Robert Kubica.

Quem errou, o polonês ou o alemão? Quem merecia ser o segundo colocado? Duas indagações de difícil resposta, mas que também não importam mais. O que vale mesmo é dizer que tanto a Red Bull como a BMW surpreenderam com o forte desempenho em Melbourne. Só perderam em brilho para a nova força da categoria, a recém nascida equipe de Ross Brawn.

Jenson Button foi impecável ao longo da prova, merecendo com todas as letras a vitória neste domingo – a segunda de sua carreira. O inglês não teve adversários no Albert Park, muito em função do problema (ou vacilo) de Rubens Barrichello na largada, que acabou com as chances do brasileiro de disputar a liderança. No entanto, teve todos os méritos pela conquista da pole position e por ter conseguido se manter na frente do pelotão. Não basta ter um carro veloz, é preciso também competência.

Num dia histórico para a Brawn e para a Fórmula 1, o britânico sentiu o gosto de pela primeira vez liderar o Mundial. O “yeahhhh” gritado várias vezes pelo rádio traduziu a emoção de quem esteve perto de ficar a pé na temporada ou – na pior das hipóteses – amargar por mais um certame as últimas colocações. Um verdadeiro conto de fadas de final surpreendente e feliz neste primeiro capítulo de 2009.

Para Barrichello, o segundo lugar teve sim um sabor de vitória, já que em condições normais sequer subiria no pódio, por conta da largada ruim e dos toques recebidos e dado nos rivais. O brasileiro, de qualquer maneira, fez uma boa corrida. Provou novamente que a motivação está em nível máximo e que pode sim sonhar com o retorno ao degrau mais alto do pódio.

Em meio à festa da Brawn, vimos uma vibração muito forte também de Jarno Trulli, terceiro colocado com a Toyota depois de ter largado dos boxes. Beneficiado, como Rubens, pelo abandono de Vettel e Kubica, mas ainda assim um resultado expressivo. Imagine o que poderia ter conseguido caso o time japonês não tivesse sido punido na classificação?

Outro que teve motivos de sobra para festejar o resultado de hoje foi Lewis Hamilton, que chegou em quarto com a McLaren mal nascida. O inglês mostrou que não se apavora com o fato de largar atrás; seu único problema mesmo são as decisões de campeonato. Para um carro nota quatro, segundo avaliação do britânico, a posição foi animadora. Se bem que o braço do piloto parece ter contado mais que o equipamento.

Vexame mesmo, como talvez ninguém imaginasse, foi dado pela Ferrari. Péssima estratégia de pit-stop, problemas mecânicos e os dois carros recolhidos. Felipe Massa até que andou bem enquanto pôde. Já Kimi Raikkonen foi apático como em praticamente todo o ano de 2008, com direito a rodada e batida. Um dia para todo o time ficar vermelho de vergonha.

Do restante da turma, quem mais merece destaque é Nico Rosberg. O alemão vinha bem até o momento da parada nos boxes, quando a Williams se atrapalhou na troca dos pneus e matou a corrida de seu piloto. No final, sofreu com o desgaste excessivo dos compostos macios e se tornou presa fácil para a concorrência. O sétimo lugar foi pouco, se pensarmos que tinha condições de brigar pelo pódio, mas um alento se considerarmos que ficaria sem nenhum tento se Robert e Sebastian não tivessem se enroscado.

A Renault, com Fernando Alonso, somou três pontinhos com a sexta posição. Poderia ter levado algo mais, porém, Nelson Piquet ficou pelo caminho. Fazia uma boa corrida, mas perdeu o controle do bólido na saída do primeiro Safety Car. Uma pena.

Bela apresentação do estreante Sebastian Buemi, o oitavo com a Toro Rosso. Rápido e agressivo em diversas ocasiões, não se intimidando nem com pilotos como Felipe Massa. Topetudo esse suíço.

Começou, gente! Com ultrapassagens, novos protagonistas, erros dos pilotos e também com uma boa dose de sorte, pois se não fossem as intervenções do Safety Car, a vantagem da Brawn para o resto seria assombrosa.

Que venha a Malásia na próxima semana!

Um comentário:

Viva Elvis Brasil disse...

De fato, a Ferrari foi patética!!!