segunda-feira, 27 de abril de 2009

Emoções no deserto

FOTO: DIVULGAÇÃO/TOYOTA
No Bahrein, finalmente uma corrida limpa para o registros da temporada 2009 da Fórmula 1: sem chuva, acidentes seguidos de intervenção do Safety Car, largada com o carro madrinha ou paralisação da prova por motivos da natureza. Uma etapa normal, mas bastante movimentada desde o início, com várias ultrapassagens, alguns toques e importantes constatações sobre a nova realidade da categoria.

A primeira delas diz respeito ao líder da competição. Jenson Button venceu mais uma, a terceira em quatro GPs, mas talvez a mais valiosa de todas, afinal desta vez não contou com as facilidades de ter saído na pole position. O inglês precisou trabalhar, agir rápido na segunda volta para não perder tempo atrás do compatriota Lewis Hamilton e andar forte para fazer valer a estratégia de pit-stops. Ganhou na pista e fora dela também, pois já deve receber da Brawn as atenções de número 1 do time. Com toda a razão.

Como o próprio britânico afirmou, a equipe das cores branco-marca texto já não reina absoluta. A Red Bull está próxima e tende a ser uma ameaça ainda mais forte quando instalarem o difusor de dois andares. Sebastian Vettel, mesmo brigando muito para segurar a traseira de seu bólido nas saídas de curva, tocou firme para garantir o segundo lugar, mostrando que tem tudo para ser o principal adversário de Button nas próximas corridas.

A Toyota, apesar de ter feito a dobradinha na classificação, não dá pintas de ser uma grande ameaça nos circuitos de média-alta velocidade. Deve, sim, estar sempre no encalço das grandes escuderias do momento para abocanhar um lugarzinho no pódio, podendo causar surpresas em pistas mais travadas, como a de Mônaco. Mas pelo que o time fez nos treinos, o terceiro posto de Jarno Trulli teve um gostinho amargo.

Um sabor mais doce sentiu a McLaren, graças ao campeão Lewis Hamilton, que extraiu tudo de seu equipamento — ainda mediano — para alcançar um satisfatório quarto lugar. Um resultado satisfatório tendo como base a realidade vivida pela escuderia prateada, que vai evoluindo aos poucos.

Impressionante mesmo foi a largada do inglês que, graças ao KERS, quase saltou para a primeira colocação. Do jeito que dá, Hamilton vai colecionando alguns pontinhos que, caso a equipe reencontre o caminho das vitórias, podem ser valiosos lá na frente.

Na quinta posição, Rubens Barrichello. O que falar deste rapaz resmungão, que teve siricuticos pela dificuldade de ultrapassar Nelson Piquet? Que vá para o espaço, literalmente. Aliás, essa viagem poderia acontecer logo, pois na pista o veterano infelizmente não tem mais o que provar. Já está mais do que claro que não basta sorte; é preciso ter um brilho extra, o qual Barrichello de fato não tem.

O brasileiro só não chegou em sexto porque teve uma forcinha da Ferrari, que errou no último pit-stop de Kimi Raikkonen e atrapalhou a bela atuação do finlandês. Os vermelhinhos chegaram até a liderar a prova, vejam só que avanço! Contudo, ainda estão longe de brigar pelas vitórias. Pelo menos marcaram os primeiros pontinhos do ano.

Felipe Massa, enquanto isso, segue zerado. Pagou o preço pela largada ruim e perdeu um pedaço da asa dianteira. Coisas de corrida, fazer o quê? Até o ano passado, ainda teria condições de terminar na zona de pontuação. No entanto, os tempos são outros para ele e sua equipe.

Quanto a Piquet, enfim uma exibição decente. Andou bem e de forma constante durante todo o GP. Não pontuou, é verdade, mas o décimo lugar sem erros e nem muito distante de Fernando Alonso, o oitavo, criou uma certa esperança de melhora para as próximas etapas. Tomara que se confirme na prática.

A próxima parada é o GP da Espanha, corrida tradicionalmente marcada pelo marasmo por ser um dos principais locais de testes das equipes. Entretanto, a promessa de novidades aerodinâmicas já ocasionou muita expectativa a esta prova. Será que Ferrari, McLaren e BMW (pobre Robert Kubica) terão seus difusores de dois andares e vão progredir? Ou será que Brawn, Red Bull e até mesmo a Toyota jogarão mais um balde de água fria nas pretensões das grandes e assumirão de vez o papel de protagonistas de 2009?

Que venham as respostas em Barcelona!

Um comentário:

TheOvniBoss disse...

Eu falei que não da para torcer para o Barrichello!!! Ele é ruim demais!!!
Mas o legal da corrida foi o comentário do nosso querido GaGa-lvão Bueno - "Há muito tempo não tinhamos uma disputa dura por posições por brasileiros" - foi dura mesmo, dura de assitir Piquet e Burriquelo (dando papelão reclamando) disputando a 10 posição.
Lamentavel!!
Alias ninguem comentou, mas imagina se tivesse valendo o esquema de vitórias? Ja teriamos o campeão.