
Hoje, no primeiro dia do mês de junho, recordo-me da única consagração de outro sul-americano em Monte Carlo. Um cara que por um bom tempo foi cotado como grande fera do esporte a motor, apontado como o sujeito que iria acabar com a hegemonia de Michael Schumacher e, no fim, deixou a Fórmula 1 da pior forma possível, chutado de sua equipe.
Juan Pablo Montoya merecia um desfecho melhor de sua carreira, assim como muitos outros corredores; Jacques Villeneuve, por exemplo. O colombiano falava o que bem entendia, pertencia à turma dos chamados “bad boys” da categoria — grupo, a meu ver, sem representante neste ano — e pilotava muito.
Vê-lo guiar em Interlagos era algo de encher os olhos de admiração. Nem mesmo Schumacher deixava para frear no fim da reta oposta tão no limite como o “Gordito” fazia. Tinha uma tocada fabulosa no circuito paulista e confirmou isso com as vitórias consecutivas de 2004 e 2005.
Foi no Brasil também que deu aquele chega pra lá no alemão, em 2001, assumindo a liderança da corrida. Só não venceu porque Jos Verstappen, o tirou da prova, ao bater na traseira do carro do colombiano.
A vitória em Mônaco veio no único ano em que Montoya esteve muito próximo do título mundial, em 2003. Contudo, erros próprios e da equipe Williams acabaram arruinando suas chances de levantar o caneco. Teve também uma tremenda malandragem da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), que obrigou a Michelin, fornecedora de pneus do time inglês, a fabricar novos compostos no terço final da temporada, por conta de uma mal explicada irregularidade dos pneumáticos. A Ferrari — de Bridgestone —, após isso, venceu todas as corridas restantes e faturou a taça com Schumacher. Mas deixemos esse detalhe de lado.
Ao se transferir para a McLaren em 2005, “Juanito” sentenciou seu extermínio da F-1. Diante do clima fechado da escuderia britânica, tornou-se uma figura apagada e fez várias besteiras horrendas, como a de perder o segundo lugar do GP da Turquia na penúltima volta, por conta de uma rodada, e enterrar a dobradinha do time até então configurada.
Ele até tentou ser um cara diferente. Submeteu-se a um árduo trabalho de emagrecimento imposto pelo patrão Ron Dennis, mas passado um certo tempo desistiu e, aparentemente, ficou mais gordo do que antes. Perdeu o rumo, especialmente após o nascimento de seu filho.
Foi demitido na metade de 2006, depois do GP dos EUA, no qual tirou o companheiro de equipe, Kimi Raikkonen, na primeira curva da corrida. Foi correr de Nascar na terra do Tio Sam e recuperou sua felicidade, segundo ele mesmo. Afirmou não ter saudade da Fórmula 1. E a F-1 também não sente sua falta, esqueceu-se dele. Infelizmente.
Raio-X de Juan Pablo Montoya:
Primeira corrida: GP da Austrália (04/03/2001)
Última corrida: GP dos EUA (02/07/2006)
GPs disputados: 95
Vitórias: 7
Pódios: 30
Pole-positions: 13
Voltas mais rápidas: 12
Nº de vezes que terminou na zona de pontos: 57
Pontos: 307
Temporadas: 6
Melhor temporada: 3º colocado em 2002 e 2003
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