sábado, 16 de fevereiro de 2008

Red Bull: Confiança no projetista para ter asas

A temporada 2008 será a quarta da recente história da equipe das bebidas energéticas na F-1, mas talvez a mais aguardada de todas. A explicação é muito simples: neste ano, a Red Bull irá para as corridas com um carro 100% assinado por Adrian Newey, projetista de enorme prestígio e sucesso na categoria, responsável pela construção de seis modelos campeões da década de 1990.

Visualmente, o que chama a atenção no RB4 é o estranho alongamento da cobertura do motor, de formato semelhante a uma bigorna. De resto, o conjunto se parece com seu antecessor, que no terço final do campeonato passado demonstrou uma satisfatória melhora em termos de velocidade.

Faltava apenas garantir uma maior resistência do motor Renault, e tem sido exatamente essa a principal preocupação do time no novo projeto. Isso ficou evidente nos testes desta semana em Jerez de La Frontera, quando David Coulthard e Mark Webber totalizaram 810 voltas em três dias de trabalhos.

Apesar do bom desempenho nos treinos, os pilotos estão evitando tirar conclusões precipitadas sobre as chances de progresso no Mundial. Mas tanto eles como a Red Bull sabem da importância de superarem ao menos os números alcançados em 2007, ano em que somaram modestos 24 pontos. Precisarão suar o macacão para ter êxito.

9) David Coulthard (Escócia)
36 anos
229 GP’s Disputados
12 Pole-Positions
13 vitórias
61 Pódios
18 Melhores Voltas
527 Pontos
Estréia em 1994 (GP da Espanha)


Alguém já parou para analisar como este veterano escocês tem sorte? Em dez anos seguidos, passou por duas das mais fortes equipes da Fórmula 1 (Williams e McLaren), acumulou um considerável número de proezas, com direito a um vice-campeonato em 2001, e quando muitos achavam que não tinha mais espaço na categoria, foi chamado para correr na Red Bull graças à sua experiência.

Sempre ao lado de belíssimas namoradas, outro motivo para ser taxado de sortudo, Coulthard é uma pessoa bastante querida na modalidade. Talvez seja essa uma das razões para estar até hoje empregado como titular, embora ele também tenha méritos por boas atuações nas pistas — inclusive com a atual escuderia, com quem já subiu ao pódio e liderou corrida.

Sorte ou competência à parte, a realidade é que David está próximo da bandeira quadriculada de sua carreira. Aos 36 anos, corre mais por prazer do que pelo improvável sonho de ser campeão. Ele mesmo deve saber que não tem condições para tanto. Quando poderia pensar em título, cruzou com adversários mais capacitados, como Michael Schumacher e Mika Hakkinen.

Coulthard esteve nos lugares certos, mas nas ocasiões erradas. Sina semelhante à de colegas como Rubens Barrichello e Giancarlo Fisichella, outros dois bons pilotos. Nada mais do que isso.

Neste ano, o escocês deve pontuar em uma ou outra etapa. E se conseguir manter a vaga para 2009, aí sem comentários; vai ter sorte assim na F-1.

10) Mark Webber (Austrália)
31 anos
104 GP’s Disputados
0 Pole-Positions
0 vitórias
2 Pódios
0 Melhores Voltas
79 Pontos
Estréia em 2002 (GP da Austrália)

O semblante do australiano na imagem acima retrata bem o momento de tensão vivido por ele. Na verdade, não dá para dizer com certeza que Webber se sente pressionado com alguma coisa. Mas deveria, já que pouco tem feito para fazer valer a sua presença no grid. E uma hora ou outra a Red Bull vai se dar conta de que necessita de bons pilotos para ter suas tão sonhadas asas.

Em sete temporadas, Mark provou ser um verdadeiro leão de treino: sempre forte em ritmo de volta lançada — a ponto de ter largado em segundo lugar no GP da Malásia de 2004, com a Jaguar —, mas inconstante nas corridas.

No seu ano de estréia na Minardi e nos dois campeonatos seguintes com a extinta equipe verde, Webber podia até culpar os carros pela falta de resultados convincentes. Mas a passagem apagada pela Williams, onde correu entre 2005 e 2006, e os discretos números obtidos com a Red Bull desde 2007 mostram que o problema está no competidor.

Outro complicador para a vida de Webber é que não basta superar o companheiro de equipe para impressionar os patrões, pois este ano tem boas chances de ser o último de Coulthard na categoria. Por isso, caso o australiano queira seguir no seio da fabricante de bebidas energéticas, vai ter que andar muito em 2008. Vejamos se pode arcar com este fardo.

TD) Sébastien Buemi (Suíça, 19 anos)

Assim como Renault e Williams, a Red Bull confiou sua vaga de piloto de testes a um dos destaques da última temporada da F-3 Européia. Buemi, aliás, foi vice-campeão em 2007, ficando a dez pontos do detentor do título, Romain Grosjean.

No ano passado, também marcou presença em cinco etapas da GP2 e somou seis tentos, o que lhe rendeu o 21º lugar da classificação e uma chance na equipe Arden para o certame atual.

Vale lembrar que o time a ser defendido pelo suíço na categoria escola da F-1 pertence a Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull. Não é de se estranhar, portanto, a escalação do novato para a função de reserva de Coulthard e Webber.

Em tempo: Na rodada de abertura da GP2 asiática, Buemi foi desclassificado na primeira bateria por irregularidades no carro — tinha chegado em sétimo — e abandonou a segunda corrida.

Ficha Técnica da Equipe

Primeiro GP: 2005 (Austrália)
GP’s Disputados: 54
Vitórias: 0
Poles: 0
Pontos: 74
Melhores Voltas: 0
Títulos de Pilotos: 0
Títulos de Construtores: 0

Cúpula
Chefe de equipe: Christian Horner
Projetista chefe: Adrian Newey
Diretor técnico: Geoff Willis
Chefe de aerodinâmica: Ben Agathangelou
Engenheiro de corrida (Coulthard): Guillaume Rocquelin
Engenheiro de corrida (Webber): Ciaron Pilbeam

Patrocinadores Principais: Red Bull, Siemens e Rauch.

Grau de Força: Briga por pontos.

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