quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Williams: Renascimento das cinzas

A segunda melhor equipe da história da Fórmula 1 em número de títulos de construtores (atrás somente da Ferrari), terceira colocada no ranking de taças de pilotos, de número de pole-positions, voltas mais rápidas, pontos e pódios, é sem dúvida a mais grata promessa de escuderia em ascensão desta temporada.

Sem vencer um mundial desde 1997 e há três anos longe do lugar mais alto do pódio, o grupo comandado por Frank Williams surge em 2008 com bastante energia para provar que ainda pode voltar a ser grande e não se tornar mais um time extinto, como diversas pessoas chegaram a pensar.

É verdade que os campeonatos recentes foram decepcionantes para o currículo da equipe inglesa, em especial a temporada de 2006, quando de motores Cosworth — graças ao rompimento da parceria com a BMW — e com a perda de importantes patrocinadores amargou o penúltimo posto da classificação de marcas.

Apesar do orçamento limitado para 2007, a Williams ao menos obteve um propulsor mais decente para beliscar alguns pontos. Com o “coração” da Toyota e um chassis relativamente bom, até fez mais do que o esperado. Foram 33 pontos no ano, com direito a um pódio, e o quarto lugar na tabela de construtores, ficando à frente da parceira Toyota.

O bom desempenho alcançado com Nico Rosberg e Alexander Wurz, aliado ao peso do nome Williams, tornou o time de Grove novamente bem visto pelos investidores, o que representou mais dinheiro no caixa. As verdinhas, ao que tudo indica, contribuíram no desenvolvimento do FW30, uma das boas surpresas da pré-temporada.

Ainda sem a pintura oficial, que será revelada às vésperas do GP da Austrália, o carro ganhou uma asa ponte ao estilo da usada pela McLaren, além de novos apêndices aerodinâmicos para melhorar a passagem de ar, como as duas hastes acima da suspensão dianteira e uma verdadeira barreira de penduricalhos nas laterais.

Na pista, as respostas têm sido satisfatórias. Hoje, daria inclusive para dizer que a Williams pode brigar com BMW e Renault pela posição de terceira força do circo; mas ainda é muito cedo para tirar grandes conclusões.

De certo, porém, temos que o elenco de sir Frank dispõe de uma máquina veloz para incomodar os adversários e com potencial de ser a faísca que faltava para incendiar o sonho dos britânicos em voltar, em breve, a ter uma Williams disputando vitórias e títulos, como nos tempos de Villeneuve, Hill, Prost, Mansell, entre outros. Seria muito bom se isso ocorresse.

7) Nico Rosberg (Alemanha)
22 anos
35 GP’s Disputados
0 Pole-Positions
0 vitórias
0 Pódios
1 Melhor Volta
24 Pontos
Estréia em 2006 (GP do Bahrein)


A velocidade com que o filho de Keke Rosberg vem evoluindo na categoria tem chamado a atenção inclusive de alguns pilotos, como Alexander Wurz, companheiro do alemão em 2007.

Mesmo sem ter sido o responsável pelo único pódio da Williams no ano passado, façanha de sorte que coube a Wurz, Rosberg foi de longe o melhor representante do time inglês na última temporada. E de forma surpreendente, afinal o desempenho discreto apresentado no ano de estréia obscureceu o potencial do tedesco e, provavelmente, desanimou muitos de seus torcedores.

Com a moral elevada após a eficiente campanha de 2007, Nico se tornou uma peça valiosa dentro da equipe britânica, a ponto de ter recebido garantias de que se permanecesse na casa de Grove — rejeitando ofertas tentadoras como a da McLaren —, teria um pacote competitivo para brigar pelas primeiras posições.

Se a boa performance do FW30 for confirmada em Melbourne, Rosberg será um forte candidato ao posto de intrometido entre as protagonistas do torneio, com direito a alguns pódios ao longo do campeonato.

8) Kazuki Nakajima (Japão)
23 anos
1 GP Disputado
0 Pole-Positions
0 vitórias
0 Pódios
0 Melhores Voltas
0 Pontos
Estréia em 2007 (GP do Brasil)


Ao atropelar dois mecânicos durante o pit-stop de sua primeira corrida na F-1, o jovem japonês fez com que muita gente pensasse que ele seria a imagem moderna do pai, Satoru, considerado um barbeiro de carteirinha durante sua estada na categoria.

Nos testes da pré-temporada, contudo, Kazuki apareceu como uma das surpresas, sendo veloz e consistente com o respeitável equipamento construído pela Williams. No balanço dos ensaios desta semana em Jerez de La Frontera, por exemplo, ficou com a sexta melhor marca.

Inconscientemente, o nipônico pode provar em 2008 que nem todo filho de peixe peixinho é. Algo que seria fantástico para os japoneses, que em toda a história da F-1 viram somente dois de seus representantes subirem no pódio — Takuma Sato (2004) e Aguri Suzuki (1990).

Se conseguir andar no mesmo ritmo de Rosberg ou até mesmo superá-lo, como fez em algumas sessões de treinos, Nakajima terá alcançado uma grande conquista neste ano.

TD) Nico Hulkenberg (Alemanha, 21 anos)

Terceiro colocado no campeonato europeu de F-3 em 2007, este alemão tem por trás de sua carreira um famoso empresário; ninguém menos do que Willi Weber, “manager” de Michael Schumacher. A oportunidade de guiar pela Williams surgiu em dezembro do ano passado, quando foi convidado para um treino. Dias após a sessão, Hulkenberg assinou o contrato de “test-driver”. A única dúvida a seu respeito é se vai corresponder aos anseios do time durante o desenvolvimento do carro.

Ficha Técnica da Equipe

Primeiro GP: 1977 (Argentina)
GP’s Disputados: 511
Vitórias: 113
Poles: 125
Pontos: 2.551,5
Melhores Voltas: 129
Títulos de Pilotos: 7
Títulos de Construtores: 9

Cúpula
Chefe de equipe: Frank Williams
Projetista chefe: Ed Wood
Diretor técnico: Sam Michael
Chefe de aerodinâmica: John Tomlinson
Engenheiro de corrida (Rosberg): Tony Ross
Engenheiro de corrida (Nakajima): Xevi Pujolar

Patrocinadores Principais: AT&T, Allianz, Petrobras, McGregor, RBS, Air Asia, ORIS e Lenovo.

Grau de Força: Em franca ascensão.

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